BOAS VINDAS!

“As boas ações elevam o espírito e predispõem-no a praticar outras.” (Jean Jacques Rousseau)

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

O cinema vai à escola

MATO ALTO: pedra por pedra
No dia 23 de Novembro, os alunos do 3º ao 5º ano foram ao Pinheiro Supermercado, mais precisamente no Cinema Franscisco Lucena participar do Projeto O CINEMA VAI À ESCOLA.
Foi um momento muito valioso para as crianças, visto que a maioria delas nunca estiveram no cinema, sem contar pela maravilhosa escolha dos filmes, nos quais divulgam e valorizam a cultura regional e nacional.
Os filemes exibidos foram: o curta MATO ALTO: pedra por pedra e VIDA DE MENINA.
A meninada curtiu bastante os filmes e recomenda a todos que assistam.


Arthu Leite - Diretor de Mato Alto: pedra por pedra


 
Nas primeiras décadas do século XX, num pedaço da caatinga do sertão cearense, vivia em solo seco e pedregoso, em completo isolamento, o sertanejo José Honorato. Casado e pai de nove filhos, José poderia ser lembrado como um homem simples que se dedicou à lida no semiárido nordestino para garantir a sobrevivência da esposa e dos filhos. 
 
Mas, José concentrou o esforço e a motivação de toda uma vida na construção de um complexo arquitetônico feito com a principal matéria-prima da região, a pedra calcária. No interior de sua propriedade, na comunidade de Mato Alto, a 37 km da sede do município de Quixeré, ergueu com a força do trabalho em família um conjunto de edificações, mesmo sem conhecimentos sobre Arquitetura e Engenharia. Esta história será contada no cinema através do documentário "Mato Alto - Pedra por Pedra". O roteiro, a produção e a direção são de Arthur Leite.  
 
O vídeo faz parte da quarta edição do Revelando os Brasis. A obra conta através de depoimentos como a família Honorato construiu, sem tecnologia e nenhum conhecimento profissional, um complexo formado por um casarão, uma cisterna, um açude, um curral, um cruzeiro e uma capela feitos de rocha bruta. 
 
Dualidade - Honorato comprou as terras em 1907, começou a construir em 1914 e deu prosseguimento às obras até morrer, no ano de 1956, por volta dos 83 anos. A idade é imprecisa porque nenhum familiar tem registro da data de nascimento do sertanejo. "Seus filhos continuaram o projeto de construção, até mesmo porque não sabiam fazer outra coisa, pois dedicaram toda a vida ao sonho do pai", conta Arthur Leite. 
 
De acordo com o diretor, o filme mostra a dualidade em relação ao construtor: de um lado, José Honorato era admirado pela inteligência, determinação e a capacidade empreendedora. "Era um verdadeiro engenheiro, sem nunca ter estudado", costuma ressaltar quem conhece a história. Por outro lado, a obstinação do sertanejo pela ideia de construir e a posição centralizadora e dominadora de pai - cujo papel disciplinador marca o núcleo doméstico tradicional - trouxeram sofrimento aos familiares. 
 
Os filhos eram obrigados a suportar intensas jornadas de trabalho pesado para carregar pedras e não tiveram a oportunidade de estudar. Aos 87 anos, Egídio Honorato, o único filho ainda vivo, contou ao diretor que seu maior sonho, quando trabalhava ao lado de seu pai, era "voltar a ter unhas", perdidas no decorrer dos anos de atividade feita de modo inadequado e sem proteção. Com isso, o diretor pretende revelar a singularidade de uma história repleta de superação, conflitos, perdas e conquistas.

Um outro objetivo da obra é divulgar o complexo arquitetônico como patrimônio a ser restaurado, preservado e admirado por moradores e turistas. Segundo o diretor, poucas pessoas conhecem o complexo, até mesmo quem vive no município, e no decorrer dos anos, as construções permaneceram fechadas, depois sofreram um processo de abandono e desgaste até a propriedade ser comprada por uma empresa de mineração. Hoje, apesar de pertencer a terceiros, o local é habitado por uma bisneta da família, Osmarina Lima.
 
Aprendizado - Para Arthur Leite, além da oportunidade de contar a história, a realização do vídeo vem possibilitando-lhe aprofundar o aprendizado na área audiovisual. "Desde os 15 anos, estudo cinema. Neste tempo, já tinha feitos alguns cursos básicos na área audiovisual. Com o curso do Revelando, minha mente se abriu ainda mais nas aulas com cineastas consagrados", destaca.  

Arthur Leite, junto com os demais moradores de cidades pequenas com até 20 mil habitantes, selecionados pelo projeto, estudaram todas as etapas de execução de um filme durante oficinas realizadas no Rio de Janeiro, em outubro do ano passado. Em seguida, cada selecionado voltou para a cidade com a missão de transformar a história em vídeo. As gravações de "Mato Alto - Pedra por Pedra" aconteceram no período de 25 a 28 de fevereiro. 
 
O Diretor - Carlos Arthur Leite Sousa é ator desde os 14 anos. Participou de várias oficinas de teatro e atuou em espetáculos como o renomado "O Apocalipse de Um Homem". É diretor do Grupo Fenix de Teatro que tem se dedicado aos estudos e produções do Teatro da Crueldade do francês Antonin Artaud cuja teoria defende não haver nenhuma distância entre ator e plateia. 

Arthur Leite também vem estudando desde a adolescência as técnicas audiovisuais. É diretor do Fenix Audiovisual. A produtora é responsável pela realização do curta-metragem de animação experimental sobre pedofilia vencedor do Prêmio do Júri Oficial e de Menção Honrosa durante o Festival Latino-Americano de Curtas-Metragens de Canoa Quebrada - 6º Curta Canoa.  

Em relação ao Revelando os Brasis, ele considera o projeto magnífico porque oferece formação e ainda disponibiliza os recursos financeiros para a realização do filme. "Sabemos que quem quer fazer um vídeo pode produzir até por meio do celular, mas os recursos para o setor em geral são muito difíceis para iniciantes", avalia. Ele também ressalta a visibilidade proporcionada pela iniciativa. "No meio de centenas de inscritos, apenas 40 foram selecionados. Isso é muito bom, principalmente para o início de carreira. Meu sonho desde criança é ser cineasta e agora ganhei um impulso valioso com o Revelando", comemora.




A adolescência da escritora Helena Morley é narrada no belo filme “Vida de Menina”, lançado em 2004. A história transcorre em 1895, na cidade de Diamantina, Minas Gerais, no início do declínio do sonho de riqueza conquistada pela mineração de diamantes. Os diários da jovem Helena revelam os sentimentos e pensamentos de uma menina que descobre o amor e o sofrimento, os sonhos e as frustrações, a sinceridade e as maquinações. Helena (interpretada com propriedade pela jovem Ludmila Dreyer) cultiva uma relação de carinho com a avó e de incompreensão e desobediência com a mãe. O pai vive longe e endividado graças ao desejo de encontrar diamantes. Helena tem no diário uma forma de entender o mundo e de confessar suas angústias e paixões por tudo que a cerca. A solidariedade, o preconceito racial e social (o filme apresenta uma curiosidade do Brasil do final do século XIX: um professor de literatura negro, o qual instiga em Helena o gosto pela escrita. Ascensões que ocorreram na época, mas que o Brasil perdeu em seus registros oficiais, por esse motivo, tal trecho de nossa história e memória foi “sombreado”) a cobiça, a imaginação, os ardis e truques da juventude, o amor e a força feminina são temas que expandem a inventividade da menina. A diretora Helena Solberg conta com delicadeza, mas enfatizando as singularidades da personalidade de Helena (ironia, entusiasmo, visão crítica, sensibilidade), as primícias da vida de uma escritora de talento precoce, que somente publicou seu diário, e único livro editado, aos 62 anos. Um cinema que não nega o sofrimento (como a violência do amor passional e da dor provocada pela morte) e as falhas humanas, mas salienta a relevância da união, da amizade e da criatividade.
 
Na saída do cinema, ainda eufóricos com o filme, receberam lanches doados pelo projeto.
Foi um dia muito prazeroso, esperamos em breve repeti-lo e quem sabe lembrar de registrar com fotos do passeio.

Nenhum comentário:

Postar um comentário